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"O Homem-urso" e "Na Natureza Selvagem" - vi e quase morri

Apr 09, 2008

* ATENÇÃO: spoiler de leve dos filmes “Grizzly Man” (O Homem-Urso) e “Into the Wild” (Na Natureza Selvagem) *

Carla, além do que você comentou tão bem, outras coisas me chamaram atenção nesse filmes. Primeiro, são estórias bem contadas sobre a morte prematura e acidental de pessoas que realmente existiram. É um tema importante e chocante pra materialistas como eu, mas muito comum e repetitivo no cinema, então vou pular essa parte.

A segunda coisa, que vale apenas pro “Homem-urso”, é que ele realmente me estressou quando assistimos. Me lembro ter ficado horas sem conseguir tirar da cabeça a “cena” apoteótica do final, e talvez eu até hoje me arrependa de tê-lo visto.

O que me marcou é que eu não vi nem ouvi a cena, apenas imaginei, e ainda assim fiquei aterrorizado.

*Atenção: Não leia abaixo se nunca tiver visto o filme, ou se importar com a revelação do final*

No final do documentário, o diretor ouve pela primeira vez, em frente às câmeras porém com fone de ouvido, a uma gravação apenas em áudio feita pelo próprio protagonista. Na gravação, ahhmm… o protagonista do documentário estava sendo engolido por um urso. E o diretor apenas descreve o que está ouvindo.

Só que isso decuplicou o impacto da cena. Primeiro, você mentaliza o áudio que o diretor apenas narra - criando na sua cabeça os berros de desespero do rapaz com a cabeça dentro do urso, da moça gritando desesperadamente, e por aí vai.

Depois disso, ou ao mesmo tempo, você imagina a cena completa, da forma mais aterrorizante possível. O cara sendo engolido, a moça batendo com uma panela na cabeça do urso de (sei lá) 3 metros de altura e tentando puxar o pobre rapaz de dentro do urso!

E pra piorar, era tudo verdade. MEDO!

Os antigos mestres do gênero slasher sabiam muito bem que o pior dos terrores é aquele criado pelo próprio espectador. Em parte por isso até hoje fazem tanto uso de “flashes” de imagens assustadoras, para que não prestemos atenção nos detalhes e apenas preenchamos as lacunas na nossa imaginação (que, como sabemos, é o lar do Satanás!!).

Se um filme me deixou tão chocado ao dar liberdade demais à minha imaginação, imagino que um bom livro de terror deva fazer um estrago ainda maior. Vou ler um desses e ver o barato que dá. :-)

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