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Califórnia, e a idéia fixa na ópera

Sep 04, 2010

Estou na Califórnia há uma semana, a trabalho. É minha primeira vez aqui e estou finalmente conhecendo a sede do Google (tem gente que fala a Google mas eu prefiro o masculino). Eu já esperava que o Googleplex fosse legal, mas é beem mais maluco e divertido do que eu podia imaginar.

São vários prédios, todos muito diferentes, até porque a maioria já existia antes e era ocupado por outras empresas. Pra ser sincero, em nenhum deles a arquitetura externa é súper interessante. Talvez com exceção do prédio principal, que dá impressão de ter sofrido um colapso após um terremoto.

Mas a graça toda está na decoração e nas coisas malucas dentro e entre os prédios. De réplicas em tamanho real de um T-Rex e de um foguete espacial, até fliperamas, máquinas de sorvete, tobogãs e até duas micro-piscinas.

O que eu mais gostei, no entanto, foi uma coisa bem simples. Os prédios lá são relativamente baixos, então o campus é espalhada em uma área beeeem grande. Pra ir do meu prédio até o prédio mais distante, acho que leva uns bons 10 a 15 minutos a pé. A solução foi bem legal: bicicletas. Existe um mar de bikes coloridas e divertidas espalhadas pelo campus inteiro. Se você quer ir pra outro prédio, basta subir na primeira que você vir, e pedalar até seu destino. Quando for voltar, é provável que alguém já pegou a sua bicicleta, mas daí você encontra outra logo. Eu achei isso muito divertido :-).

Ainda não tive tempo pra visitar San Francisco, mas devo fazer isso amanhã. Por enquanto, meu passatempo à noite é visitar livrarias. Me surpreendi com tudo aqui ser mais barato, especialmente livros e CDs, e acabei entrando uma curta onda de consumismo. Acho que eu já comprei uns 4 livros e 3 CDs, o que é um exagero pra quem já tem uma fila enorme de livros pra ler e de CDs pra ouvir.

Ópera

Falando em CDs, ainda não comentei nesse blog que desde que fui à ópera pela primeira vez, eu fiquei apaixonado e com idéia fixa pela coisa. Semelhante ao que aconteceu na minha adolescência com o RPG, acho. Geralmente eu me interesso por um assunto por razões práticas, e me dedico a ele por alguns meses no máximo. No caso da ópera é diferente.

Eu ouço óperas todos os dias há vários meses, e levo a coisa a sério :-). Comprei um sem-número de CDs e livros, estou sempre lendo libretti e páginas na Wikipedia, estudando. Gasto um tempo danado com isso. E pra quê? Isso é estranho pra mim, gastar tanto tempo em um treco sem propósito. De certa forma, é tempo jogado fora. Não tem nenhum fim prático, nem mesmo um sentido social, já ninguém que eu conheço gosta tanto de ópera. É uma paixão sincera, só minha.

Antes da ópera, meu gosto por artes em geral sempre foi normal, superficial. Sim, eu gosto de literatura e música, mas depois que fecho um livro ou acabo de ouvir um samba, termina ali. Mas quando eu ouço ópera, eu tenho vontade de mergulhar naquilo e só sair depois de experimentar tudo o que o compositor e os intérpretes estão querendo me dizer. Fico sensível, super detalhista, até chato.

Tomara que isso seja normal - porque é divertido demais.

Don Giovanni, Kurt Mull